José Gomes Ferreira lida "bem com a popularidade"
"As pessoas fazem perguntas sobre para onde vai o país e para onde caminha a nossa economia. Algumas até me perguntam onde devem colocar o dinheiro. Agora vêm mais vezes falar comigo". Foi com estas palavras que o subdiretor de Informação da SIC explicou ao Diário de Notícias os efeitos da recente popularidade que conquistou junto do público português. "Já há dez anos que dizia que o país tinha que fazer uma grande poupança e, na altura ninguém reagiu", contou, explicando que agora "as pessoas estão cada vez mais informadas, estão interessadas".
O profissional, que deu os primeiros passos no jornalismo ao fundar a revista mensal de economia, em 1988, é cada vez mais uma figura incontornável para os portugueses em plena época de crise, destacando-se recentemente por ter entrevistado em primeira mão o Ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Só no Facebook, 10 mil pessoas querem-no como primeiro-ministro, 19 mil apoiam-no como figura pública, 918 consideram-no provedor do cidadão e 29 mil são fãs. "Se as pessoas se reconhecem no meu trabalho é bom, mas não fomento isso", esclarece José Gomes Ferreira, confrontado com estes números que de dia para dia crescem na rede social.
Apesar do apoio dos cibernautas, o profissional de Carnaxide não se sente tentado a ter uma página na rede social. "Não estou no Facebook, nem estarei. Estar na rede social implica estar em contacto permanente e a dar constante retorno. E o retorno que quero dar deve ser através da minha prestação como jornalista", revela, acrescentando: Não vou estar a dispersar-me em muitos meios e plataformas, porque pode prejudicar".
Habituado a estar sob a luz dos holofotes enquanto jornalista de economia, Gomes Ferreira revela que não tem sentido pressões políticas nem económicas."Nesse aspeto, Portugal é um país exemplar e não tenho sentido pressões. Às vezes chegam-me manifestações de desagrado por parte de pessoas ou instituições visadas nos meus comentários. Mas quando encontro essas mesmas pessoas trocamos pontos de vista", conclui.